O Sabor das matas de Minas: A Doce História do Café Moça Juju

Em meio às montanhas verdes e úmidas de Minas Gerais, onde o orvalho repousa delicadamente sobre as folhas ao amanhecer, nasceu uma história especial. Não é apenas a história de um café — é a história da pequena Ana Júlia, carinhosamente chamada de Juju, e de como sua sensibilidade, encanto e pureza transformaram o simples ato de colher grãos em um ritual de amor e dedicação.

Juju é uma menina autista nascida em 2020, que desde os dois anos, tem um fascínio peculiar pelo terreiro de café da fazenda de seus pais. Enquanto outras crianças da sua idade se distraem com brinquedos e tablets, Juju prefere passar horas observando o vai e vem dos trabalhadores, o brilho das sementes maduras sob o sol e o cheiro terroso que exala das sacas abertas. Seus olhos brilham ao ver os grãos vermelhos sendo colhidos, como se cada um contasse uma história, um segredo, um pequeno milagre da terra.

Naquela fazenda, as matas de Minas Gerais não são apenas cenário: elas são protagonistas. Com um microclima privilegiado, altitudes que favorecem a maturação lenta do café, e solos ricos em nutrientes, a região se tornou uma das mais respeitadas para a produção de café arábica no Brasil. Foi nesse solo sagrado que nasceu o Café Moça Juju — uma homenagem à menina que, com sua atenção e amor pelos detalhes, inspirou um novo olhar sobre a produção de café.

O nome “Moça Juju” foi ideia da avó, uma mulher simples, de mãos calejadas e sabedoria ancestral. “Se ela ama tanto esse lugar, se é ela quem fica de olho nos grãos, então esse café tem que levar o nome dela”, disse ela, uma tarde, enquanto observava a neta mordiscar um grão maduro com os olhos fechados e um leve sorriso no rosto.

Produzido 100% com grãos arábica, o Moça Juju não é apenas um café gostoso: é um café com alma. O processo começa com a colheita seletiva, feita manualmente, respeitando o ponto ideal de maturação dos frutos — uma prática rara e delicada que garante uniformidade e doçura. Os grãos são levados ao terreiro, onde Juju gosta de andar descalça, sentindo a vibração do solo, como se cada passo dela conferisse uma bênção à colheita.

A secagem é natural, ao sol, mantendo os óleos essenciais e preservando os aromas e sabores do grão. Depois, a torra é feita em pequenos lotes, controlada com precisão para realçar notas sensoriais únicas: caramelo, chocolate meio amargo, frutas amarelas e um leve toque floral. O resultado é uma bebida de corpo médio, acidez equilibrada e finalização suave — uma verdadeira experiência para os sentidos.

Mais do que um produto, o Café Moça Juju se tornou um símbolo de respeito à natureza, à infância e às diferenças. A equipe da fazenda aprendeu a ver o mundo através dos olhos da Juju: com mais paciência, atenção aos detalhes e reverência ao simples. As pausas para o café passaram a ser momentos de contemplação e memória afetiva, onde cada gole remete a tardes de sol, cheiro de terra molhada e o sorriso encantado de uma menina diante de um universo feito de grãos.

O Café Moça Juju é mais do que um café especial. É um convite a saborear a vida com mais calma, a escutar com o coração e a reconhecer o valor das pequenas coisas. Assim como Juju, que encontrou beleza no que muitos ignoram, o Moça Juju nos ensina que, no silêncio do campo e no calor de uma xícara, moram grandes histórias.

E cada uma delas começa com um grão. Ou com uma menina de olhos atentos chamada Juju.